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Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.

A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um diálogo sobre: Malabaris e Equilíbrio

O presente diálogo se deu entre três pessoas ao qual deixarei só a sigla dos nomes: D, K e J.

O início do diálogo se deu devido ao trecho que se segue:

 "Um malabarista tenta
Ser equilibrista
Equilibra amor e solidão
Um malabarista
Pode não ser um artista
... Mas vai colorindo a multidão"

Malabarista - Luiz Murá


D - Malabaris como linguagem artística, o que isso nos diz?

J - Um malabarista no farol nao é um artista...

K - D, não entendi o que você está propondo, me explique, fiquei curiosa.

J - Hum... será que ele quer dizer que nós todos somos malabaristas? Vamos jogando nossas emoções uma por cima da outra... Será que ele quer dizer que temos que ser, ao invés disso, equilibristas? Colocando cada sentimento no seu lugar certo? Cada um em sua dose? Mas se ele usa malabarista nesse sentido, como ele pode ser um artista? Nesse caso o artista seria o equilibrista, não?

K - Confesso que você deu um nó na minha cabeça agora. Vamos ver se eu entendi. Um malabarista joga as emoções umas sobre as outras, já o equilibrista domina a arte de equilibrar os sentimentos em um lugar ideal, ele sabe como lidar com as emoções, por tanto o equilibrista é o verdadeiro artista, será que é este o sentido? Mas pensando bem, um malabarista é sincronizado, ele consegue fazer o movimento perfeito para que cada “bolinha” caia no exato instante para que o conjunto fique em equilíbrio, por tanto um malabarista não seria um equilibrista nato? Ai...que confuso...

J - Poxa! Bem pensado... Realmente um malabarista precisa ter um equilíbrio perfeito... Mas repare: tanto o malabarista deixa as bolas caírem, quanto o equilibrista cai da corda bamba. com a prática e a experiência, as bolas caem menos e a moleza da corda não atrapalha tanto... isso é ser humano?

K - Verdade, bem reparado. Precisei ouvir a música agora para pensar em algo. “E os malabaristas onde estão?” Acho que um malabarista é uma figura singular, aquela pessoa que apesar dos trancos e barrancos da vida está sempre se aperfeiçoando na arte, mas na arte de viver de verdade. Mas não tenho tanta certeza que todo mundo seja um malabarista...

D - Fantástico! Acho que consegui o que queria, provocar uma filosofia em vocês!!!

Malabaris ou equilíbrio, os dois se completam penso eu. Os dois falam de arte, produto do humano. Apesar de vocês já terem caminhado um bocado, permitam-me jogar flores no caminho seguido.

Pensamos e fazemos; tentamos e sofremos. No malarabismo, a compreensão de coisas que vem a nós e precisamos de certa forma segurar no tempo certo, não deixar cair. Segurar e Cair, mas o que exatamente? E qual é o objetivo? Tais perguntas afloram um exercício, um começo e um caminho, o malabarista, não pode parar senão cai, despenca aquilo que o torna malabarista, assim sem malabaris não há malabarista, estou certo?!

Já com o equilibrista, é um caminho desde o início é um caminho, a escolha é dele de subir na corda. A caminhada exigirá foco, atenção, o que há a frente? O desejo de atravessar a um lugar seguro. O que há abaixo? O mistério que amedronta. Tanto a frente, quanto abaixo ele teme, continua na berlinda e isso é sua opção a seguir. Lembre-se, ele opta por subir na corda, e isso o torna um equilibrista.

Nos dois casos vemos semelhanças, vemos possibilidades e como disse, caminhos. O caminho vem ao encontro (malabaris); e o outro caminho é optativo (equilibrista).

Será que conseguimos mais alguns passos com minha participação?!

PS - Vocês me fazem sorrir!