Bem-Vindo - Welcome - Bienvenido - Bienvenue - Benvenuti - Willkommen

Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.

A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.

sábado, 27 de agosto de 2011

Uma manhã, um ônibus, uma criança.

A aurora despertou e tocou os céus
Acordo, abro os olhos e a cama ainda me segura
Desconsidero seu chamado, me levanto e saio do quarto

Tomo um café, saio cedo, mas já estou atrasado
Sem muita pressa ou descompasso, chego ao ponto
e não me destraio
Toca o som naquela rádio, música sempre destrai

Já no ônibus vou a pé, e uma criança já sentada
Cara nova, face limpa se propõe a me perguntar
- Quer sentar?
Educadamente lhe respondo - Não precisa se incomodar.

Penso que ganhei meu dia,
Daquela pergunta tão educada, se fez alegria
Como li num livro certa vez “as crianças são a esperança do mundo”

                                                                     Eu, Menestrel de Pierrot

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Notas sobre os livros IV – VI (Confissões – Sto. Agostinho)

Intitulando o capítulo do livro I de “As perfeições de Deus”, primeiro com indagações já seguidas de respostas, vemos Agostinho numa espécie de dialético onde Deus é ao mesmo tempo tudo e nada, e assim ele confessa suas exaltações de forma que parece ser Deus, algo contraditório sem contradição, porque isso é ser Deus, transcendência total e nos vemos limitados a materialidade tentando compreendê-lo.
Adentrando em suplicas a presença do seu Deus, Agostinho agora se vê embaraçado diante de sua morada carnal e começa então a “despir-se” dela para que assim possa alcançar perfeitamente aquele a quem sua alma encontra salvação. O interessante é que poderemos notar algo que não era incomum para a comunidade cristã da época de Agostinho, até porque veremos alguns pais anteriormente a ele condenando a algo miserável e detestável, a corporeidade. E por isso como o título do livro dá a entender “Confissões”, no capítulo VI do livro I, poderemos notar Agostinho começando a resgatar sua infância e em dúvidas indagar também sobre sua pré-encarnação, construindo dessa forma a ideia de alma e o mais notório, a questão platônica de reminiscência da alma, contudo, ele não alega a lembrança da alma ao mundo das ideias de Platão, mas sim, a observação de que a lembrança da alma nos faz voltar para Deus, aquele que tudo criou.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sacrifício e Aborto - Sinônimos?

Esse texto surgiu depois de uma semana onde duas coisas sobre um mesmo assunto me ocorreu, bebês. Recebi uma ligação de meu pai que me trouxe uma boa-nova, a minha irmã mais velha está gravida, seu primeiro filho, meu segundo sobrinho. A outra coisa foi um vídeo que assisti sobre o mundo antigo e de como certas civilizações tinha por costumes sacrificar bebês, geralmente os primogênitos para algum de seus deuses.

Ao ver o vídeo que tratava de questões arqueológicas e imagens que retratavam como ocorriam os sacrifícios, me perguntei  - como isso é possível, tamanha crueldade com um ser tão indefeso? E essa indagação me trouxe para cá, hoje, nossos dias, onde milhares de seres inofensivos e indefesos são “sacrificados” em nome do conforto individual, ou mesmo populacional; ou em nome de algum ato deplorável contra a mulher como, por exemplo, o estupro que levou a gravidez. Nos mais possíveis casos tem dois em especial que ao menos vemos a possibilidade de compreender e penso que entre necessariamente em uma discussão coerente sobre o aborto. Aqueles infantes que já estão mortos no ventre materno, ou aqueles caso onde a vida da mãe depende da morte do bebê e vice-versa. Nos demais casos dirijo minhas críticas.

Acho interessante como esse assunto apesar de tão visível, pois eu conheço pessoas que já abortaram e você provavelmente conhece ou conhecerá alguém que já o fez, é pouco abordado, quase esquecido. Estamos falando de vidas pequeninas, que nem ao menos podem gritar ou chorar, pois não serão ouvidas, diferentemente dos bebês que eram sacrificados na antiguidade a um deus qualquer, ao menos elas podiam gritar, hoje sacrificam-nas no silêncio daquele espeço que deveria ser abrigo seguro, o ventre maternal. Por que? Por que elas precisam morrer? São menores do que nós? São menos humanos? São objetos descartáveis? São descoforto ou “problema” para sua vida? Mesmo nos casos de estupro onde o espaço privado e sacro da mulher é invadido de forma aterrorizante, não justifica o sacrifício do pequeno ser que viveu. E olha que digo isso tendo irmã e mãe.

Vejo que hoje, assim como antes, o sacrifício em alguns casos é até proposto pelo governo, exemplo da China que já sacrificou e ainda sacrifica milhares de crianças em nome de uma redução populacional. Matamos ao matar, e matamos ao silenciarmos a anormalidade dessa pervesidade chamada aborto. Os bebês não podem se defender por si mesmos, muitas vezes ninguém ouve o seu choro, mas sei que Deus o doador da vida é vingador e defensor dos fracos e dos oprimidos, dos menores deste mundo, os indefeso os ouve. Percebo isso na antiguidade e verei de certo em nossos dias também.