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Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.

A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Signo Natalino

    Chega, o que é para mim, uma data sempre reflexiva e especial. Para longe das burocracias e formalidades, recosto-me na imagem da manjedoura, imagem essa que este ano teve nota contemplativa em um tempo de desmoronamento de convicções, de paradigmas que me guiaram por anos. Mas essa contemplação na perda de significados não começou esses dias, nem essas semanas, mas é um processo que deu início há mais tempo. Envolveu autoquestionamento, rupturas e a quebra de certezas porque a vida tem se mostrado assim, a mais concreta forma da insegurança e suposta insignificância. 

    Voltei-me à manjedoura, à lapinha que abrigou Deus, o menino Deus, insignificante, frágil e mesmo assim vivo e pulsante. Não foco nos profetas, nem na história que é dogma para quem crê, mas sim naquele Ser, Deus menino que tudo significou ali. Pousado no berço, encontramos a face de Deus que se apresenta a nós no início da vida, essa tal vida que tantos tentam significar e ressignificar.

    Não quero dizer que descobri significados permanentes, nem quero mais possuir essa certeza, apenas deixar que esse signo (sinal) da manjedoura possa me inspirar e a todos que tiram um tempinho de sua existência para olhar, sem impor, sem cobrar, Deus está lá, exposto e acessível significando ao mundo.