Vós que clamais por Razão, donde a vistes para conhecê-las e alertar sua existência?
Quem a fez nascer?
Quem a intitulou e tornou-a tão necessária para o ego humano?
Onde está tua face para que possa vê-la oh Razão?
E o teu cheiro para que possa senti-lá?
Ou mesmo onde está o teu corpo para que possa tocá-la?
Talvez se te mostrares de alguma forma poderias crer em tua existência, mas e como seria eu tolo de duvidar de vossa existência oh Razão, se és tu que me fazes chegar a essa conclusão!
Se não fores isso uma demonstração de tua existência como poderia então demonstrar-te?
Por: Danilo Reis
“O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, em suma uma síntese." (Soren Kierkegaard)
Bem-Vindo - Welcome - Bienvenido - Bienvenue - Benvenuti - Willkommen
Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.
A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
É possível conceber Deus?
Caro leitor, esse texto fora extraído dum diálogo entre eu e um debatedor acerca da possibilidade de concebermos o Absoluto em nossa subjetividade. Não propus A Verdade, mas sim aquilo que até então satisfaz meus questionamentos sobre o assunto.
(Resposta)
(Debatedor)
“Sua mente não consegue conceber Deus nem A Criação. Humanos não conseguem entender acontecimentos sem antecedentes cronológicos, como, por exemplo, Deus e o universo. Se Deus existe, Danilo, ele é muito mais complicado do que você pode imaginar, e seu organismo não tem a capacidade para compreendê-lo”
Seria um equívoco da minha parte dizer que entendo Deus, ou que estudo Deus, como diria alguns estudiosos, Deus é mistério, Deus é Inefável, Deus é transcendente. Sem dúvida sendo Deus objetivo, como eu subjetivamente poderia conceber Deus?... O interessante é que ele não está preso ao objetivo (diferentemente de nós que estamos presos ao subjetivo), pois, o mesmo intencionalmente interfere e se revela de forma subjetiva, porque assim Ele pode fazê-lo.
A minha capacidade de relacionar fé (fides – crer) associada ao objetivo, pois, defendo que só por meio dela nós, limitados podemos imaginar o transcendente e experimentá-lo, e claro a minha razão que está associada ao meu físico empírico e subjetivo, dessa forma concebo Deus por meio da razão que a priori entende que não entende Deus em sua essência (O Absoluto), contudo concebe que tal Ser está aí, e que Ele próprio deseja se comunicar, sendo impossível para nós termos ideia de Deus, se o mesmo não revelasse que Ele é.
Sobre a questão cronológica, o tempo está relacionado à nossa subjetividade: tempo de nascer, crescer, morrer; estações; eras etc. Com certeza é difícil para a gente entender o que é ser Eterno, por exemplo, sem começo e sem fim, diferente de infinito, que começa e não acaba. Contudo dizer que não conseguimos pensar sobre o Kairós (tempo eterno), é improvável, já que nós estamos falando sobre ele, você pode não experimentá-lo aqui, e não compreender o que é viver atemporalmente, mas entende-se que há um tempo diferente do nosso (Chronos), e, portanto, discutimos e supomos sobre tal tempo.
sábado, 4 de junho de 2011
"Consegui desarmar-me" - Patriarca Atenágoras
Consegui desarmar-me.
Participei nesta guerra, durante anos e anos.
Foi terrível. Mas agora estou desarmado.
Já não tenho medo de nada, porque “o amor afugenta o medo”.
Estou desarmado da vontade de prevalecer,
De me justificar à custa dos outros.
Já não estou alerta,
Zelosamente apegado às minhas riquezas.
Acolho e partilho.
Não me importam especialmente as minhas ideias, os meus projectos.
Se me propõem outros melhores, aceito-os de bom grado.
Quer dizer, não os melhores, mas os bons.
Bem sabem, renunciei ao comparativo…
O que é bom, verdadeiro, real, esteja onde estiver,
É o melhor para mim.
Por isso já não tenho medo.
Quando nada se possui, já não se sente medo.
“Quem nos separará do amor de Cristo?”
Mas, se nos desarmarmos, se nos despojarmos,
Se nos abrirmos ao Deus homem que renova todas as coisas,
Então é Ele que apaga o passado mau
E nos devolve um tempo novo,
Onde tudo é possível.
Patriarca Atenágoras - Foi Patriarca Ortodoxo de 1948-1972 e revogou a excomunhão da Cristandade Ocidental (Cisma) que havia desde 1054 d.C.
Participei nesta guerra, durante anos e anos.
Foi terrível. Mas agora estou desarmado.
Já não tenho medo de nada, porque “o amor afugenta o medo”.
Estou desarmado da vontade de prevalecer,
De me justificar à custa dos outros.
Já não estou alerta,
Zelosamente apegado às minhas riquezas.
Acolho e partilho.
Não me importam especialmente as minhas ideias, os meus projectos.
Se me propõem outros melhores, aceito-os de bom grado.
Quer dizer, não os melhores, mas os bons.
Bem sabem, renunciei ao comparativo…
O que é bom, verdadeiro, real, esteja onde estiver,
É o melhor para mim.
Por isso já não tenho medo.
Quando nada se possui, já não se sente medo.
“Quem nos separará do amor de Cristo?”
Mas, se nos desarmarmos, se nos despojarmos,
Se nos abrirmos ao Deus homem que renova todas as coisas,
Então é Ele que apaga o passado mau
E nos devolve um tempo novo,
Onde tudo é possível.
Patriarca Atenágoras - Foi Patriarca Ortodoxo de 1948-1972 e revogou a excomunhão da Cristandade Ocidental (Cisma) que havia desde 1054 d.C.
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