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Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.

A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Notas sobre os livros IV – VI (Confissões – Sto. Agostinho)

Intitulando o capítulo do livro I de “As perfeições de Deus”, primeiro com indagações já seguidas de respostas, vemos Agostinho numa espécie de dialético onde Deus é ao mesmo tempo tudo e nada, e assim ele confessa suas exaltações de forma que parece ser Deus, algo contraditório sem contradição, porque isso é ser Deus, transcendência total e nos vemos limitados a materialidade tentando compreendê-lo.
Adentrando em suplicas a presença do seu Deus, Agostinho agora se vê embaraçado diante de sua morada carnal e começa então a “despir-se” dela para que assim possa alcançar perfeitamente aquele a quem sua alma encontra salvação. O interessante é que poderemos notar algo que não era incomum para a comunidade cristã da época de Agostinho, até porque veremos alguns pais anteriormente a ele condenando a algo miserável e detestável, a corporeidade. E por isso como o título do livro dá a entender “Confissões”, no capítulo VI do livro I, poderemos notar Agostinho começando a resgatar sua infância e em dúvidas indagar também sobre sua pré-encarnação, construindo dessa forma a ideia de alma e o mais notório, a questão platônica de reminiscência da alma, contudo, ele não alega a lembrança da alma ao mundo das ideias de Platão, mas sim, a observação de que a lembrança da alma nos faz voltar para Deus, aquele que tudo criou.

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