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Pretendo caro leitor compartilhar aqui alguns passatempos e reflexões que se apoderam nessa peregrinação de nossa temporalidade. Seja sobre Deus; seja sobre o homem; seja sobre a poesia e as artes; ou mesmo sobre meras bobagens. Desejando que não sejam meras palavras (flatus vocis), mas que tais palavras de certa forma adentrem além da superfície dos seus olhos e quem sabe chegar a sua alma.

A vós poetas e artistas, pensadores e leigos, sintam-se a vontade esse espaço é vosso também.

sábado, 13 de novembro de 2010

Tempos de Designificação

"O cristianismo é de uma seriedade tremenda (...), Ser Cristão é sê-lo no espírito, é a inquietude mais elevada do espírito" (Soren Kierkegaard)

Como não começar essa minha lamúria com algo tão clarificador como essa frase desse filósofo que tenho tanto apresso. E daí começa minha indagação, mas antes de começar a falar do que chamamos cristãos, preciso traçar um panorama mais abrangente.

Começo então por aquilo que chamo de "Tempos de Designificação", essa frase surge diante de uma "predisposição" desse momento histórico ao qual estou inserido. De verdade não sei dizer se o pós-guerra trouxe todo esse borbulhar de incertezas, ou se foi o avanço tecnológico, ou se foi a transmutação de valores que desceram do pedestal onde se encontravam e foram então instituídos novos, enfim tantas coisas possíveis dessa descaracterização de significados. E o pior é que não percebemos as implicações, na verdade aí identifico outro problema, não há percepção de nada do que se faz, na verdade depois que vem a consequência do ato já realizado e isso em todas as esferas sociais e relacionas com o orbe como um todo.

Onde chegaremos se continuarmos assim, só posso pensar que chegaremos em um abismo que será muitíssimo difícil de retornar, ou talvez impossível de retornar como no mito grego onde Orféu perde sua amada para sempre ao olhar para trás. Estamos mesmo educando algo que vivifica a humanidade, ou vemos a implantação de "verdades", ou melhor,  mentiras que se tornam verdade, como a desvalorização da vida, a religiosidade científica etc... 

Mas deixe-me passar agora para aqueles ditos cristãos. Disse Paul Tillich "se a mensagem cristã fosse pregada e praticada como o fizera Jesus, o cristianismo seria a salvação do mundo." (paráfrase minha), mas é óbvio que não é isso que acontece, é só dar uma olhadinha na história e veremos a quantidade de barbaridades  que se acompanhou essa religião. Mas veja bem, o problema está justamente na designificação daquilo que fora ensinado, ou a simples interpretação egoistamente transposta e manipuladas para o poder sobre. Alerto ao perigo maior que esses chamados cristão correm, porque a mensagem que proclamamos (sim sou cristão), é de uma seriedade que custa a eternidade.

Portanto vejamos os paradigmas que nos acompanha e entendemos o real sentido das coisas, notemos o mundo a sua volta, vejamos as transformações e sejamos sinceros ao analisarmos esse "Tempos de Designificação".   

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deus não passa de um possibilidade.

Ouço muito em minhas conversas nessa minha peregrinação, aqueles indivíduos que costumam dizer - Deus é tão possível quanto um unicórnio. Acho interessante o princípio da dúvida, de verdade isso me fascina, duvidar! Porém, enxergo um erro por trás dessas proposições e pretendo discorrer um pouco sobre isso agora.

Possível! Esse termo é forte, mas pergunto-me “quem é de verdade a possibilidade: nós homens, ou Deus?” Adoro a ideia de que tudo isso aqui é possivelmente fantasioso, digo a realidade humana, ou o que temos como o mais real (o mundo sensível). Ah! Também aproveito a oportunidade de citar ninguém mais do que Hume quanto “aquilo que vemos é realidade enquanto minha realidade, e não podemos afirmar que tal realidade seja realmente da forma em que a percebo, mas ainda assim é real enquanto realidade para mim” (Tratado da Natureza Humana – Paráfrase de meu cunho)...

Defino Deus (que jactância a minha) como Ser (em uma perspectiva Heideggeriana) em si mesmo, ou seja, ele é tudo o que poderíamos imaginar e também o nosso inimaginável (já que somos limitados). Diante do argumento onde dizemos “Deus não passa de uma possibilidade” posso presumir que, ainda que estejamos certo quanto à inexistência de Deus, como você pode afirma que ele é uma possibilidade, se nós é que o somos ainda que ele não exista. Aristóteles já definiria potência (possibilidade de vir a ser e também predeterminação de algo ou alguém), então o que é tudo no sensível senão isso (claro em linhas empiristas àquela mais defendida e usada pelos materialistas em debates).

Se pensássemos em seres como, por exemplo, os Gnomos, bem tais seres imaginários que não podem ser nada além do fruto da imaginação humana, ainda que pudessem existir segundo a “lógica” de que Deus é tão imaginário e possível quanto um Gnomo existir, tais seres não podem se comparar a Deus, pois deles já começo com a prerrogativa de terem início - meio – fim... Daí coloque-os em qualquer lugar, menos no patamar do Altíssimo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma desconstrução do "tradicionalismo histórico"

Esse texto surgiu de uma discussão que tive sobre a observação quase que "religiosa" dos materialistas ante a ciência que conhecemos, daí veio a ideia de mapear historicamente a construção desse pensamento. Texto na integra.

- Vamos “brincar” de desconstruir a nossa forma de validação que é também a forma que estou usando até o exato momento. Desculpe-me se o texto for longo ok, mas se faz necessário.

A princípio esclareçamos que na corrente tradicional histórica que seguimos e é aceita e aplicada pela grande maioria dos historiadores, teólogos e filósofos, seria a corrente clássica, e essa corrente clássica tem duas críticas em especial que é a “baixa crítica e a alta crítica” (David Strauss é um bom nome a ser citado nessa escola criticista” (não poderia falar sobre as duas escolas pois só acabaria amanhã e olhe lá rs), mas a desconstrução começa quando eu digo para você – Sua concepção sócio-histórica-cultural é na verdade uma construção desenhada de forma linear desde Sócrates até hoje (lembra da questão de Aletéia do grego, pois é, tal expressão percorre as questões tratadas de lá até cá) e tanto para você, quanto para mim fica difícil pensar de forma diferente.

Todavia como toda escola classicista tem seus críticos, vemos a partir do século XIX primeiro em Husserl quando inicia a tratar do núcleo da fenomenologia das coisas (tudo), e dele vemos Heidegger tecendo uma nova concepção de ser no tempo e espaço e claro seu pupilo Georg H. Gadamar em Verdade e Método, onde ele diz a priori que o método não determina a verdade em si de algo, ou alguma coisa.

Mas Gadamer vai buscar onde inicia o problema e sua crítica começa em Schileirmacher que entende na sua construção hermenêutica (interpretação) que é necessário voltarmos ao tempo-espaço, ou seja, reconstruirmos o passado hoje, como se isso fosse possível. Hegel já propõe que a história é particular a cada época e que a reprodução da época que não é a sua ou a minha, não pode dizer o que foi de fato aquela coisa ex: lembra do que falei sobre palavra mudar com o tempo, Hegel diz que não podemos compreender Aletéia com tanta propriedade como quando ela foi criada); continuando ele, Gadamer, crítica também o método Kantiano que diz basicamente “o conceito de verdade, é o que se decide pela maioria que a entende como verdade”, é perceptível que isso, apesar de valer em muitos casos como vemos hoje e ao longo do tempo, tal coisa não pode determinar verdade em si.

Finalizando essa desconstrução, chegamos a Nietzsche (lembrando que Heidegger e Gadamer bebem de Nietzsche nas suas construções). E Nietzsche portanto crítica toda a história filosófica e sua construção que permeia a questão histórica também, primeiro apontando que Sócrates e Platão são traidores da filosofia, e alerta-nos a voltarmos para os pré-socráticos; segundo, ele aponta o cristianismo como a decadência maior da civilização ocidental, e também crítica a filosofia-histórica alemã, basicamente voltada aos clássicos e onde a sua interpretação textual está alicerçada na hermenêutica teológica como Schileirmacher e também Gadamer acrescenta uma crítica a um dos precursores da filologia (área que se ocupa dos textos escritos), Wolf.

Por que fiz todo esse comentário? O fiz, porque sei que você e tantos outros estão baseados em uma forma de se aplicar interpretação e evidenciação histórica de uma forma decorrente de linhas clássicas e que podem ser repensadas. Se estamos assim tal presos as questões históricas vista de uma forma, o que me dirá, por exemplo, que a linha clássica de ciência seguida no século XXI não está nos limitando em quanto área do saber. Ressalvo a citação a ciência é um exemplo!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Os olhos que contemplam o mundo

Estive pensando esses dias sobre a "contemplação do mundo" e isso no sentido de como as pessoas veem e vivenciam o que vem no "aí" do mundo. Foi uma pena, fiquei triste com o que concluí, e admito que posso não estar certo quanto a isso, porém é tão inegável que a raridade que se encontra alguém que lhe proporcione um contemplar de mundo ou do mundo além das representações de representações que nos acometem a vista, que você terá que concordar comigo em alguns pontos caro leitor.

Preciso dizer que só vejo dois tipos de pessoas ou categorias (não a aristotélica) de pessoas que vislumbram o mundo de uma forma verdadeiramente colorida e esses tais são os Filósofos e os Artistas. Mas preciso antes de tudo explicar que quando me refiro a filósofo e artista, de certa forma excluo o restante de indivíduos, mas entendo que todos os outros derivam desses dois tipos que citei anteriormente. Um adendo a isso é primeiro você entender que quando me refiro a filósofo e artista, não falo de maneira vulgar e superficial como geralmente é compreendido tudo nessa sociedade deslocada de significados, antes de mais nada, falo daqueles indivíduos que enxergam a vida de uma forma tão peculiar que dialogam com o mundo através do pensar e do belo, das artes e da busca pela verdade. O que digo é, o olhar nunca superficial do que é o filósofo e a visualização do mundo de forma muitas vezes genial de um artista torna tudo tão peculiar e diferente que apreende e nos remete para fora de nossa alienação de suposições. Ainda mais se me permite , eu quero indicar um terceiro grupo de pessoas, e tais está relacionada ao contemplar pela fé, sim o olhar religioso (mas por favor não cometa o equívoco de confundir esse indivíduo religioso, do religioso que você está acostumado a ver), esse religioso é alguém que vislumbra o mundo de um forma transcendente e esperançosa, sempre um passo além dos outros. Uma nota sobre o religioso é que o perigo está com qual fé ele olha o mundo, porque há um tipo de fé unica que compõe o todo do mundo e resume-se na perspectiva da eternidade, uma fé tal que ressuscitou o próprio doador da fé verdadeira, o λόγος Eterno.


Se você não concordou com o que foi dito caro leitor, pense pelo menos que tipo de visão tu tens de mundo e do mundo; qual sua real relação consigo e com o "aí" do mundo. Perdoe-me a arrogância.


                                                                            

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dilemas e possíveis respostas para um mundo em crise

Dilemas de um mundo em crise, realmente são inúmeros os dilemas e paradigmas apresentados em nosso tempo.

Primeiramente vejo um avanço no diálogo (ainda que superficial), devido aos poucos notar no discurso de mais e mais pessoas sobre a concepção de irmandade por sermos humanos, rompendo de certa forma barreiras territoriais, pode-se notar também que como a ciência não nos deu todas as respostas para os problemas que nos advenho logo se precisou, ou ainda se precisa trazer um novo-velho diálogo a muito posto na empoeirada biblioteca da história da humanidade, onde a fé havia perdido seu espaço, pelo menos no discurso daqueles influentes que propunham um avanço da humanidade sob a perspectiva de que a fé só atrasaria o progresso do ser humano e vimos o crescimento de uma sociedade doente, egocêntrica, vimos duas guerras mundiais, a criação e o uso de uma arma de destruição em massa, nada visto na história da humanidade, pela primeira vez nós temos a possibilidade de causar o apocalipse global através dessas armas de destruição em massa, além do mais devido à proposta de um avanço irracional nos esquecemos da nossa terra, aquela que o Senhor Deus declara para sermos mordomos dela, não usurpadores ou meros destruidores, e hoje vivemos o dilema sem volta de mudar ou mudar, porque não há como retroceder, se continuarmos a maltratar essa dádiva de Deus ao homem que é a Terra, mais uma vez viveremos os dilemas Apocalípticos, onde assistiremos centenas de milhares de pessoas morrendo por falta d’água, miséria, fome, e uma série de coisas.

Penso que partimos desse ponto quanto a respostas possíveis para um mundo em crise, porque se não vejo como Apocalíptico a opressão do meu próximo, da morte seja por fome ou por doença de milhares de pessoas ao redor do mundo que poderia ter sido evitada se os outros milhares se importassem mais com o seu semelhante etc., não poderíamos dialogar para respostas coerentes e pertinentes aos nossos desafios globais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

The Greatest Maestro

In the orchestra of life, we tend to think we're capable of playing the instrument for ourselves, we tend to see our artistic skills bloom and we are proud and we walk this way by building a solid career. But before the dictates of an orchestra we come up against so many others who make music as well as ourselves, or even better.

I translate the instruments as the nature (that is transformed and changed by man), the man who plays (of course we are), the music that comes out is the result of this experience between man and the orb we live and present, so now my " defense. "

Note It is written that God needs no defending, so just put myself as an instrument of his own glory and let His Majesty and Sovereignty speaks for me.

In this concert, called life. A few we named of good and bad, and so we judge these works all around us, very few times, I say rarely look at our own "music." Where is God? Well, God is where no one else could be. God is the conductor of that orchestra and ordering all men, instruments and music playing (that's Sovereignty). God (Conductor) knows his work, and has everything set before the presentation, however it has endowed each according to their ability to follow and play the instruments that serve you and you have skill. So as you play the note that he stipulated, or rather it should be.

Why do I say this? Because actually only remember that there is a Maestro, when we looked up the pedestal and we see that there is someone conducting (orb Dominum est!), And only by His will (God / Maestro) can then play the symphony right, for ourselves we will play only what we can play and certainly will sing different from others ... Just looking toward for the Maestro we have sure we are playing as His eternal wisdom.

Where we come from this? Well, if you put yourself to the height of the Maestro, you will have to prove to be better than him!

Um Salto no Escuro

O que é a vida caro leitor? Se analisarmos de forma pragmática veremos que em verdade nada sabemos do passo seguinte a esse que damos agora. A vida é sim um salto no escuro, e o que te lembra escuro? Insegurança, incerteza, angústia, desespero diante do desconhecido e do insondável. Porém, quero propor-lhe uma solução.

Dizia o sábio dinamarquês “a fé é auxílio e bússola nesse saltar na escuridão”. Preciso concordar com ele, nenhum instrumento é tão sofisticado quanto à fé quando estamos falando de saltar no escuro.  Você poderia falar – eu discordo, a minha razão me levará a caminhar seguro. Mas lembra-te leitor, a razão não tem luz própria, ela necessita de tato, de representações, e quando falamos de escuro, falamos de algo não percebível a não ser a própria escuridão. Portanto, como em uma síntese proponho algo à unidade entre a fé que é a certeza das coisas que não se viu ainda (Hebreus 11), e isso no sentido eterno de experimentar o que ainda será.

Só que há algo que se mostra demasiadamente importante na referida fé, em quê ou em quem tu pões tua fé. Antes de mais nada se pergunte esses dois pontos anteriores e veja se é possível atravessar a escuridão com tais instrumentos ou com tal auxílio, mas faça isso até se esgotarem as brechas existentes e se isso for realmente confiável, então assim e só assim tente atravessar o escuro.


Finalizando paciente leitor, o mesmo sábio dinamarquês informa-nos não por ele mesmo, mas ouviu ele de um Rabino Nazareno que instrui a fé no Absoluto (Deus), sendo ele a Luz suficiente e de certo a única verdadeiramente confiável para dar um Salto no Escuro com a certeza de que se estará seguro.



                                                                                (O Peregrino da Alvorada)