Esse texto surgiu de uma discussão que tive sobre a observação quase que "religiosa" dos materialistas ante a ciência que conhecemos, daí veio a ideia de mapear historicamente a construção desse pensamento. Texto na integra.
- Vamos “brincar” de desconstruir a nossa forma de validação que é também a forma que estou usando até o exato momento. Desculpe-me se o texto for longo ok, mas se faz necessário.
A princípio esclareçamos que na corrente tradicional histórica que seguimos e é aceita e aplicada pela grande maioria dos historiadores, teólogos e filósofos, seria a corrente clássica, e essa corrente clássica tem duas críticas em especial que é a “baixa crítica e a alta crítica” (David Strauss é um bom nome a ser citado nessa escola criticista” (não poderia falar sobre as duas escolas pois só acabaria amanhã e olhe lá rs), mas a desconstrução começa quando eu digo para você – Sua concepção sócio-histórica-cultural é na verdade uma construção desenhada de forma linear desde Sócrates até hoje (lembra da questão de Aletéia do grego, pois é, tal expressão percorre as questões tratadas de lá até cá) e tanto para você, quanto para mim fica difícil pensar de forma diferente.
Todavia como toda escola classicista tem seus críticos, vemos a partir do século XIX primeiro em Husserl quando inicia a tratar do núcleo da fenomenologia das coisas (tudo), e dele vemos Heidegger tecendo uma nova concepção de ser no tempo e espaço e claro seu pupilo Georg H. Gadamar em Verdade e Método, onde ele diz a priori que o método não determina a verdade em si de algo, ou alguma coisa.
Mas Gadamer vai buscar onde inicia o problema e sua crítica começa em Schileirmacher que entende na sua construção hermenêutica (interpretação) que é necessário voltarmos ao tempo-espaço, ou seja, reconstruirmos o passado hoje, como se isso fosse possível. Hegel já propõe que a história é particular a cada época e que a reprodução da época que não é a sua ou a minha, não pode dizer o que foi de fato aquela coisa ex: lembra do que falei sobre palavra mudar com o tempo, Hegel diz que não podemos compreender Aletéia com tanta propriedade como quando ela foi criada); continuando ele, Gadamer, crítica também o método Kantiano que diz basicamente “o conceito de verdade, é o que se decide pela maioria que a entende como verdade”, é perceptível que isso, apesar de valer em muitos casos como vemos hoje e ao longo do tempo, tal coisa não pode determinar verdade em si.
Finalizando essa desconstrução, chegamos a Nietzsche (lembrando que Heidegger e Gadamer bebem de Nietzsche nas suas construções). E Nietzsche portanto crítica toda a história filosófica e sua construção que permeia a questão histórica também, primeiro apontando que Sócrates e Platão são traidores da filosofia, e alerta-nos a voltarmos para os pré-socráticos; segundo, ele aponta o cristianismo como a decadência maior da civilização ocidental, e também crítica a filosofia-histórica alemã, basicamente voltada aos clássicos e onde a sua interpretação textual está alicerçada na hermenêutica teológica como Schileirmacher e também Gadamer acrescenta uma crítica a um dos precursores da filologia (área que se ocupa dos textos escritos), Wolf.
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