O que foi já foi e não pode ser mais, a não ser que o ressuscitemos no presente através da memória que nos permite isso, mas claro que não poderia trazê-lo de forma perfeita, e o passado é tão complicado assim porque nesse exato momento o que disse antes dessa exata palavra já é passado, mas que volta a ser presente quando a leio novamente. Daí o presente é o que há de mais efêmero das efemeridades, porque o seu instante é o mais rápido e não posso determiná-lo ou apreendê-lo, porque logo se foi, compreendes o que digo caro leitor? O futuro já é especulação, prospecção, projeção, chame-o como quiseres, e mais adiante verás se foi como pensastes ou se deu doutra forma, o que importa é que não podemos domá-lo, nos foge a capacidade de certezas matemáticas de saber como será o instante seguinte. Disse o mestre judeu “o que sabeis vós do amanhã, porque planejam se não podes nem acrescentar um fio branco a sua cabeça?” Querelas do tempo, isso me fascina.
(Peregrino da alvorada)
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