Depois de ler um capítulo da obra "Eu e Tu" de Martin Buber, não pude compreender mais o mundo da mesma forma que antes. Eu não quero de maneira alguma citar ponto a ponto os problemas de nossa contemporaneidade, mas um especificamente precisa ser notado, somos uma sociedade de “Istos”.
Uma verdade muito nítida trazida pelo autor Martin Buber é que qualquer relação se dá entre um Eu e um Tu, ou um Eu e um Isto. O melhor é olharmos para o âmago da questão sendo que, qualquer coisa que é Tu não pode ser Isto, mas qualquer coisa que é Isto pode ser (ainda que subliminarmente) um Tu, um Tu que é lançado no inconsciente dessa sociedade adoentada de significados.
Posso acrescentar ainda a dificuldade existencial nesse contexto social. Não olhamos o Tu (o outro) como Tu, mas também não olhamos para o Eu, e o pior o Eu (cada indivíduo) é alienado enquanto ciente do seu Eu, e poderíamos dramaticamente dizer que vivemos num mundo de “Istos”, porque ninguém sabe mais o que é o Eu e o que é o Tu, vemos apenas Objetos, e quando (no sentido de consciência) nos tornamos objetos, ou tornamos alguém objeto, ou mesmo deixamo-nos tornar objetos, institui-se uma crise de humanidade.
Proponho um resgate do sujeito enquanto Eu e claro o Tu, e quando nos reconhecermos como Eu e da mesma forma reconhecermos o Tu (do outro) poderemos assim iniciar um processo de cura humanitária.
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